sexta-feira, 22 de junho de 2012

Rio+20 aprova texto sem definir objetivos de sustentabilidade

Conferência adotou documento que prevê definição futura de metas. Texto cita erradicação da pobreza como maior desafio do mundo atual. Os 188 países participantes da Conferência da ONU sobre Desenvolvimento Sustentável adotaram oficialmente o documento intitulado "O futuro que queremos", nesta sexta-feira (22). O propósito da Rio+20 era formular um plano para que a humanidade se desenvolvesse de modo a garantir vida digna a todas as pessoas, administrando os recursos naturais para que as gerações futuras não fossem prejudicadas. Uma das expectativas era de que a reunião conseguisse determinar metas de desenvolvimento sustentável em diferentes áreas, mas isso não foi atingido. O documento apenas cita que eles devem ser criados para adoção a partir de 2015. O texto final da Rio+20, intitulado "O futuro que queremos", foi publicado no site oficial da conferência (leia o documento, traduzido para os idiomas oficiais da ONU: inglês, espanhol, árabe, russo, francês e chinês). A adoção aconteceu às 19h15, quando o embaixador brasileiro Luiz Alberto Figueiredo consultou a plenária dos líderes e não ouviu objeção. "Fica assim decidido", concluiu, batendo um martelo. Também na plenária de encerramento, o secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, disse que "o documento final que foi adotado por consenso fornece formação firme para um bem-estar social, econômico e ambiental. Agora é nossa responsabilidade desenvolver isso". "Não podemos mais hipotecar o nosso futuro para as necessidades de curto prazo", alertou. "O documento torna-se, hoje, um marco no conjunto dos resultados das conferências das Nações Unidas ligadas ao desenvolvimento sustentável", discursou a presidente Dilma Rousseff aos delegados. "Um passo histórico foi dado em direção a um mundo mais justo, equânimo e próspero" A presidente ainda afirmou que o país se orgulha de ter organizado e presidido "a mais participativa e democrática conferência, na qual tiveram espaço diversas visões e propostas, buscando sempre manter um equilibrio respeitoso". Trecho criticado é mantido Em relação ao rascunho aprovado pelos diplomatas no início da semana, o documento adotado em definitivo pelos líderes, nesta sexta-feira (22), teve apenas mudanças de formatação, não de conteúdo. Foi mantido, inclusive, o trecho "com total participação da sociedade civil", que ONGs haviam pedido para ser retirado porque consideram que foram excluídas do processo de construção do documento. O documento prevê, entre outras medidas, a criação de um fórum político de alto nível para o desenvolvimento sustentável dentro das Nações Unidas, além de reafirmar um dos Princípios do Rio, criado em 1992, sobre as “responsabilidades comuns, porém diferenciadas”. Este princípio significa que os países ricos devem investir mais no desenvolvimento sustentável por terem degradado mais o meio ambiente durante séculos. Outra medida aprovada é o fortalecimento do Programa das Nações Unidas sobre Meio Ambiente (Pnuma) e o estabelecimento de um mecanismo jurídico dentro da Convenção das Nações Unidas sobre o Direito do Mar (Unclos, na sigla em inglês) que estabelece regras para conservação e uso sustentável dos oceanos. Pobreza O texto estabelece a erradicação da pobreza como o maior desafio global do planeta e recomenda que “o Sistema da ONU, em cooperação com doadores relevantes e organizações internacionais”, facilite a transferência de tecnologia para os países em desenvolvimento. Esse sistema atuaria para facilitar o encontro entre países interessados e potenciais parceiros, ceder ferramentas para a aplicação de políticas de desenvolvimento sustentável, fornecer bons exemplos de políticas nessas áreas e informar sobre metodologias para avaliar essas políticas. Por atender restrições de países com visões muito diferentes, o texto da Rio+20 tem sido criticado por avançar pouco: não especifica quais são os objetivos de desenvolvimento sustentável que o mundo deve perseguir, nem quanto deve ser investido para alcançá-los, e muito menos quem coloca a mão no bolso para financiar ações de sustentabilidade. O que o documento propõe são planos para que esses objetivos sejam definidos num futuro próximo (veja abaixo um quadro com o que foi negociado). Críticas O texto da Rio+20 recebeu críticas das próprias delegações que participaram da conferência e de organizações não-governamentais. Os negociadores da União Europeia classificaram a redação de “pouco ambiciosa” e disseram que faltam “ações concretas” de implementação das ações voltadas ao desenvolvimento sustentável. Por sua vez, antes mesmo da ratificação pelos chefes de Estado, integrantes da sociedade civil assinaram uma carta endereçada aos governantes intitulada “A Rio+20 que não queremos”, na qual classificam o texto da conferência de “fraco”. “O documento intitulado 'O futuro que queremos' é fraco e está muito aquém do espírito e dos avanços conquistados nestes últimos 20 anos, desde a Rio 92. Está muito aquém, ainda, da importância e da urgência dos temas abordados, pois simplesmente lançar uma frágil e genérica agenda de futuras negociações não assegura resultados concretos”, afirma o documento, assinado por mais de mil ambientalistas e representantes de organizações não-governamentais. A carta diz ainda que a Rio+20 passará para a história como uma conferência das Nações Unidas que ofereceu à sociedade mundial um texto marcado por “graves omissões que comprometem a preservação e a capacidade de recuperação socioambiental do planeta, bem como a garantia, às atuais e futuras gerações, de direitos humanos adquiridos.” O documento termina dizendo que a sociedade civil não ratifica o texto da Rio+20. “Por tudo isso, registramos nossa profunda decepção com os chefes de Estado, pois foi sob suas ordens e orientações que trabalharam os negociadores, e esclarecemos que a sociedade civil não compactua nem subscreve esse documento”, conclui a carta. O que vinha sendo negociado. Como ficou o texto final. CBDR – sigla em inglês para Responsabilidades Comuns Mas Diferenciadas, princípio que norteia as negociações de desenvolvimento sustentável. O princípio oficializa que se espera dos países ricos maior empenho financeiro para implementação de ações, pelo fato de virem degradando o ambiente há mais tempo e de forma mais intensa. Havia rumores de que os países ricos queriam tirar esse princípio do texto, mas ele permaneceu. Fortalecimento do Pnuma – cogitava-se transformar o Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente em uma instituição com status de agência da ONU, como é a FAO (de Alimentação). O texto prevê fortalecimento do Pnuma, mas não especifica exatamente como. O assunto deve ser resolvido na Assembleia Geral da ONU em setembro. Oceanos – Era uma das áreas em que se esperava mais avanço nas negociações, porque as águas internacionais carecem de regulamentação entre os países. A negociação avançou e o texto adota um novo instrumento internacional sob a Convenção da ONU sobre os Direitos do Mar (Unclos), para uso sustentável da biodiversidade e conservação em alto mar. Meios de Implementação – questão-chave para os países com menos recursos, significa na prática o dinheiro para ações de desenvolvimento sustentável. Os países pobres propuseram a criação de um fundo de US$ 30 bilhões/ano a ser financiado pelos ricos. Avançou pouco. O fundo de US$ 30 bilhões não virou realidade. “A crise influenciou a Rio+20”, admitiu o embaixador brasileiro André Corrêa do Lago. ODS – Os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável, metas a serem perseguidas pelos países para avançar ambiental, política e socialmente, eram uma das grandes cartadas para a Rio+20. Os objetivos não foram definidos. Inicia-se apenas um processo para rascunhar quais devem ser as metas até 2013. Elas então devem ser definidas para entrarem em vigor em 2015, quando terminam os Objetivos do Milênio. Fonte: http://g1.globo.com/natureza/rio20/noticia/2012/06/rio20-termina-sem-definir-objetivos-de-desenvolvimento-sustentavel.html

Professores levam sustentabilidade para casa

Um grupo de dezenas de professores de escolas do Rio de Janeiro, de outros estados e inclusive de fora do país levam da Rio+20 algo mais que boas recordações: uma série de materiais didáticos e boa dose de entusiasmo para educação ambiental. O grupo participa, nesta sexta-feira - último dia da Conferência da ONU sobre Desenvolvimento Sustentável – de oficina de educação ambiental na Fundação Planetário, no Rio de Janeiro, como parte da programação da Rio+20. A oficina, organizada pelo Instituto Supereco, tem apoio do WWF-Brasil e do Programa Água Brasil, concebido pelo Banco do Brasil e desenvolvido em parceria com Fundação Banco do Brasil, Agência Nacional de Águas e WWF-Brasil. O grupo conheceu o livro “Investigando a Biodiversidade: guia de apoio aos educadores do Brasil”, uma publicação conjunta do WWF-Brasil, Conservação Internacional e Supereco. O livro tem como objetivo apoiar o trabalho de educadores. A obra é uma adaptação brasileira para o material “ExploringBiodiversity”, uma copublicação da Conservação Internacional e do WWF. A publicação pode ser encontrada nos sites da Conservação Internacional e do Instituto Supereco. Além do “Investigando”, os professores levaram para casa também o jogo Reciclando, desenvolvido pelo WWF-Brasil em conjunto com o Movimento Nacional dos Catadores de Materiais Recicláveis (MNCR) pela Galápagos Jogos. “O jogo Reciclando é uma excelente ferramenta de educação. Traz, de maneira lúdica, o universo dos catadores de materiais recicláveis, trabalhando valores como a responsabilidade no consumo e a necessidade de reduzir a geração de resíduos, reutilizar materiais e produtos e encaminhar resíduos para a reciclagem”, conta o coordenador do programa Educação para Sociedades Sustentáveis do WWF-Brasil, Fábio Cidrin. Os professores também receberam exemplares do “Pequeno guia de consumo para um mundo pequeno”, publicação lançada durante a Rio+20 com dicas para o consumo responsável. A publicação, em papel certificado, tem dicas relacionadas à casa, ao trabalho, locomoção. A bióloga Terezinha Martins, do WWF-Brasil, fez ainda, durante o evento, uma apresentação do cálculo da pegada ecológica, método que mede o impacto da ação humana sobre a natureza. “Esse tipo de oficina é muito útil para o trabalho em sala de aula, porque amplia a nossa visão sobre o assunto”, disse a professora carioca Zoraia Leite da Silva. A professora GiulianaZegarra, do Peru, se disse entusiasmada para voltar para casa e começar um projeto piloto de educação ambiental usando os novos conhecimentos eferramentas que conheceu na oficina. “Tudo aqui é muito novo para mim. Precisamos desse trabalho continuado para fazer a mudança necessária”, disse. Fonte: http://www.wwf.org.br/informacoes/noticias_meio_ambiente_e_natureza/?31742

segunda-feira, 18 de junho de 2012

Rio+20 sem ciência

sáb, 16/06/12 por andre trigueiro | categoria Mundo Sustentável, Rio+20 Depois de cinco dias reunidos na Pontifícia Universidade Católica do Rio (PUC-RJ), 500 cientistas de 75 países – seis deles Prêmios Nobel – produziram um relatório contundente em que resumem a situação do planeta. Entre outras informações, eles dizem que “há evidências científicas convincentes de que o atual modelo de desenvolvimento está minando a capacidade de o planeta responder às agressões do homem”. Manifestam preocupação com o fato de que “os níveis de produção e de consumo poderão causar mudanças irreversíveis e catastróficas para a humanidade”. Mas asseveram que “temos conhecimento e criatividade para construir um novo caminho. Entretanto, é preciso correr contra o tempo”. O Prêmio Nobel de Química,Yuan Tse Lee, de Taiwan, foi escolhido pelos colegas para uma missão quase impossível: resumir em apenas dois minutos para os chefes de estado no Riocentro o que de mais importante aparece no relatório. Apenas 120 segundos serão suficientes para inspirar nas principais lideranças do mundo o devido senso de urgência? Bom, foi este o tempo definido pelo protocolo da ONU. Perguntei ao dr.Yuan qual seria a mensagem mais importante do relatório. “Não temos muito mais tempo para transformar a sociedade, torná-la sustentável. Se continuarmos nesse ritmo, vai ficar cada vez pior. Entraremos numa grande enrascada”, disse ele, para em seguida arrematar com um lampejo de confiança no futuro:”Não temos o direito de ficar pessimistas. Estou feliz a de ver tantos jovens no Rio”. Quem também estava no encontro foi o climatologista Carlos Nobre, que nesta semana teve a honra de escrever o editorial da prestigiada revista científica Science com o sugestivo título de “UNsustainable? (com as iniciais da ONU em maiúsculas no início da palavra “insustentável” em inglês) onde afirmou que o mundo “saiu da zona de segurança”. Perguntei a ele se a classe política está ouvindo os alertas dos cientistas. “Nós estamos tendo dificuldade de comunicar a todos os tomadores de decisão o senso de urgência. Tempo talvez seja o recurso mais escasso na questão do desenvolvimento sustentável”. Ao ser indagado sobre o que estava em jogo, caso as recomendações dos cientistas não fossem consideradas pelos tomadores de decisão, o atual secretário de Políticas e Programas de Pesquisa e Desenvolvimento do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação respondeu com indisfarçável preocupação. “O risco de excedermos alguns limites planetários existe. Os recursos não são infinitos e a capacidade da Terra absorver os choques também não. No caso do clima, por exemplo, provavelmente também já estamos operando fora da margem de segurança”. Para Carlos Nobre, “a urgência da situação planetária requer decisões também urgentes e ações imediatas. Essa distância entre o que os cientistas percebem como urgente e a as respostas dadas pelo sistema político configura o descompasso”. Deixei a PUC intrigado não apenas pela contundência de mais um alerta da comunidade científica, mas também pela ausência de jornalistas interessados em cobrir o maior evento paralelo da Rio+20 na área da ciência. Será que nós, profissionais de imprensa, também estamos em descompasso com as informações relevantes descortinadas pela comunidade científica? Será este um assunto restrito às mídias especializadas ou todos os jornalistas e comunicadores deveriam abrir mais espaços, especialmente em tempos de crise, para o que os cientistas estão dizendo? Vale a reflexão. E, sobretudo, a ação. Fonte: http://g1.globo.com/platb/mundo-sustentavel

sexta-feira, 1 de junho de 2012

Secretaria de Meio Ambiente de Acaraú promove concurso de redação com alunos do fundamental II de Acaraú

Finalmente temos uma vencedora do Concurso de Redação. Após uma análise criteriosa,comandada pelo Diretor de Educação Ambiental, Manoel Avelar Ribeiro, a SEMAM congratula a aluna Monalisa Araújo Rodrigues, do 9º ano "A", da Escola Maria Conceição Araújo, Distrito de Aranaú, bem como seu Professor orientador Clairton José de Freitas. A aluna Monalisa receberá uma bicicleta como prêmio e o Professor Clairton receberá um aparelho celular. Abaixo a redação premiada:
Fonte: http://semamacarau.blogspot.com.br/