
5/5/2010
O bairro atravessa o tempo, vivendo sua diversidade e mantendo a independência de comércio e serviços
O mercado imobiliário, há tempos, descobriu o potencial do bairro, daí a crescente expansão de edifícios residenciais. O comércio oferece uma independência ao lugar, que ganha autonomia com a instalação de agências bancárias. Ao mesmo tempo, apresenta seus bolsões de pobreza e marginalidade. Mais para o bem do que para o mal, a vida na Parangaba pulsa fortemente, especialmente, no entorno da sua lagoa.
Ela é a segunda maior de Fortaleza, perdendo apenas para a lagoa de Messejana. Foi no seu contorno, com o povoamento e as primeiras construções, que o bairro nasceu, atravessou mais de um século de existência e integra a história afetiva da Capital cearense.
Esse é o sentimento do aposentado Jeová Pedra, nascido e criado no bairro. Ele lembra os laços estreitos que o lugar sempre estabeleceu com a Cidade, mas mantendo independência muito própria, equivalente a de uma cidade do Interior.
Era por esse motivo que havia o cinema Excelsior, que funcionou à direita da Igreja da Matriz; as casas comerciais; e a lagoa, onde a população se supria de água e, ainda, do peixe, como fonte de subsistência.
Jacarés
Ainda hoje, a atividade pesqueira artesanal se faz presente na lagoa, não obstante o histórico de ter, no passado, criatórios de jacarés. O pescador José Paulo Pinheiro diz que o inverno inibiu a produção do pescado.
Para o memorialista Miguel Ângelo de Azevedo, o Nirez, a independência do bairro é resultado de sua transformação ao longo da história. No princípio, era uma aldeia indígena. Depois, foi elevada à condição de vila. Chegou a ser distrito de Fortaleza. Até que, em 1921, virou um bairro da Capital.
Os nomes do lugar também foram se modificando com o passar do tempo. Chegou a se chamar Arroches (inclusive, o primeiro nome da Avenida João Pessoa era Estrada do Arroches, homenagem a uma localidade portuguesa), depois Porangaba e, por fim, Parangaba.
Nirez lembra que são diversos os pontos em comum com Messejana. Ambos mantiveram o status de distrito, e existe, ainda, uma semelhança física. As igrejas matrizes mantêm o mesmo posicionamento, assim como suas principais praças e os corredores de acesso.
REFERÊNCIAS HISTÓRICAS
Bar Avião e Asilo são ícones
De um lado, o Bar Avião, que o exotismo de sua construção era referência da Parangaba antiga. De um outro, o Asilo de Parangaba, hoje denominado Hospital São Vicente.
Ambos os equipamentos são considerados ícones do bairro. O Bar Avião padeceu do desleixo ao longo do tempo. No lugar do bar, funciona uma borracharia, e a antiga construção de cimento de um avião bimotor se encontra degradada, há tempos sem reparos.
Já o hospital mantém, ainda, viva sua missão de receber pacientes com problemas psíquicos. O psiquiatra Anchieta Maciel afirma que a unidade hospitalar era, no século XIX até meados do século XX, a única que atendia a pobres e desvalidos, apesar das limitações médicas e terapêuticas da época. No entanto, conseguiu acompanhar a modernidade, adotando o que há de mais apropriado para o tratamento das doenças da mente.
No meio de ambos os símbolos do bairro, havia a linha férrea, que teve, na Parangaba, a segunda estação, depois de Fortaleza. O pesquisador Nirez conta que surgiu no momento em que se concebeu a ligação da linha férrea até Baturité. Depois, foi expandida até o Crato, com um ramal que dava acesso ao estado da Paraíba.
Aristocracia
No entorno da lagoa, residia também o Barão de Aratanha, detentor de diversas terras na área central, inclusive onde hoje está o Santuário do Sagrado Coração de Jesus. A construção do templo foi uma iniciativa do poderoso aristocrata.
Fique por dentro
Missão dos Jesuítas
O bairro era a antiga aldeia indígena catequizada pelos jesuítas da Companhia de Jesus. Foi elevada à condição de vila no anos de 1759, com o nome de Arroches. Foi incorporada à Fortaleza pela lei nº 2, de 13 de maio de 1835; depois foi restaurado município pela lei nº 2.097, de 25 de novembro em 1885, com o nome de Porangaba; e finalmente foi incorporado à Fortaleza pela lei nº 1.913, de 31 de outubro 1921. No século XVIII, o antigo Arroches se destacava como ponto intermediário no transporte de gado, com a Estrada do Barro Vermelho-Parangaba, estrada que ligava o Barro Vermelho (Antônio Bezerra) à Parangaba; e a Estrada da Paranjana, que ligava Messejana à Parangaba. Com a construção da Estrada de Ferro de Baturité, uma estação de trem é instalada em 1873, e Parangaba estava ligada com a Capital. Durante o último período como município, chegou a ter sua própria linha de bonde, entre os anos de 1894 e 1918. Em 1941, a malha ferroviária de Parangaba foi expandida com direção ao Mucuripe, e, em 1944, o nome da estação foi alterada para Parangaba. Essa estação, nos dias de hoje, faz parte do Metrô de Fortaleza. Uma estação elevada está sendo construída pelo Metrofor.
Fonte: http://diariodonordeste.globo.com/materia.asp?codigo=779908
Opinião do autor do blog.
Este exemplo de desenvolvimento poderia muito bem ser trabalhado pelo nosso município, pios a hitória do mesmo se assemelha com a história de nossa querida Cruz, mas pelo contrário de lá, nossa lagoa hoje é dpósito de lixo e esgoto e está totalmente abandonado. Vamos lutar para resgatar o nosso ambiente sadio e sutentável.
Essa grande devastação da natureza nos mostra nos dias atuais a grande ambição ea inbecilidade do ser humano que no momento visa o dinheiro, sem preocupaçoes com seu futuro e com acontecer com as geraçoes futuras.PENSE se para podermos nos desenvolver for preciso acabar com a natureza preferimos voltar oa tempo das cavernas e preserva -la.
ResponderExcluirLagoa embeleza a parangaba
ResponderExcluirSegundo comentarios falam que a vida em parangaba está mudando devido o entomo de sua lagoa que é
segunda maior de Fortaleza, perdendo apenas para a lagoa de Messejana.
Era dessa lagoa que a população supria suas necessidades, da utilização da água e ainda do peixe como uma fonte de sobrevivencia.
3ºA noite
Felipe Camargo do Nascimendo nº13
Erica dos santos nascimento nº10
A Lagoa de Parangaba, além de ser a maior da capital, é também a mais bela. Tanto que foi citada no romance de José de Alencar, em Iracema. Por ser morador do bairro desde que nasci(27 anos, portanto)sou bastante suspeito quando falo dela que a todos encanta, independente do ângulo que a observe.
ResponderExcluirNo entanto, todos hão de convir que a bela Lagoa de "Porangaba" morre e definha a cada dia, sofrendo pressões ambientais de toda ordem. Ocupação desordenada, esgoto, lixo, queimadas, retirada da mata ciliar e eutrofização são os problemas mais fáceis de serem observados naquele local, outrora limpa e até mesmo balneável.
Sugestão à prefeitura e de Fortaleza e sua SER V: além da limpeza que está sendo feita agora em julho, sensibilizações e trabalhos de educação ambiental para os moradores daquela área, afim de que possam conviver em harmonia com um de nossos mais belos cartões postais de Fortaleza.