Editorial
Consciência eleitoral
25/4/2010
Estudiosos que analisam essa anomalia política, classificada como amnésia eleitoral, observam no fato a notória carência de espírito democrático, ocasionadora da ausência do necessário acompanhamento dos votantes quanto ao desempenho das personalidades que escolheram.
Segundo se constata, em grande parte dos casos, tal estranho esquecimento decorre de votos conseguidos por motivos aleatórios, de caráter estritamente circunstancial e completamente alheio aos imprescindíveis critérios para a escolha adequada de um representante político do povo. Nesse processo de alheamento, os compromissos de voto são assumidos em troca da concessão dos mais diversificados e, por vezes, exóticos tipos de favores. Entre eles, a concessão de empregos, bolsas de estudo, financiamento de times amadores de futebol, doação de dinheiro em espécie e, até mesmo, presentes pessoais de pequena monta. A distribuição de óculos e dentaduras, vista por alguns como fato folclórico, infelizmente ainda faz parte da realidade.
Ao contrário do que se costuma supor, o irresponsável câmbio de interesses eleitoreiros acontece, indistintamente e nas mesmas proporções, em faixas contrastantes de baixo e alto poder aquisitivo, tanto nos Estados mais pobres quanto naqueles de maior nível socioeconômico e de mais elevados níveis de instrução. A troca do voto por benesses de toda espécie e o subsequente esquecimento dos políticos favorecidos com a barganha estão presentes desde os mais desconhecidos grotões nordestinos às mais desenvolvidas cidades do Sudeste. Ressalte-se que o voto permutado nunca leva em consideração o partido ao qual o candidato pertence, não obedecendo, por conseguinte, aos mínimos critérios de uma apropriada avaliação.
Tão grave desvirtuamento do verdadeiro sentido de cidadania e do conceito de estado democrático concorre, sem qualquer dúvida, para o baixo nível por último detectado naqueles que deveriam, por pressuposto, esmerarem-se em ser padrões de ética e honestidade no cenário político. A cada dia, registram-se constrangedoras atuações de representantes arrivistas e despreparados para o cumprimento da elevada função pública que lhes foi delegada.
Torna-se oportuno enfatizar e esclarecer que o direito ao voto, embasado na consciência cívica de exercê-lo, é um atributo visceralmente ligado ao futuro do País e, mais do que nunca, imprescindível para consolidar a credibilidade, sempre tão posta à prova, dos que exercem mandatos outorgados pelo que se entende por soberana decisão popular, requisito fundamental da democracia.
É patente que o baixo índice de politização do eleitor constitui um dos problemas institucionais graves do Brasil.
Fonte: http://diariodonordeste.globo.com/materia.asp?codigo=774354
PENSE EM QUEM VOTAR NESSA ELEIÇAO
ResponderExcluirNo nosso pais existe varias pessoas que geralmente se esquecem de quem voltaram no ano passado,outros ate vemdem o seu voto ,por conta da grande pobreza donosso pais.
ofuturo do nosso pais so depende da sua concientizaçao do seu voto.